sexta-feira, 13 de julho de 2012

O maior brasileiro de todos os tempos

1) Seca de 13 anos sem títulos de grande importância;
2) Fama de amarelão desde a incrível derrapada no BR-09;
3) Contusão gravíssima de Wesley, contratação mais cara;
4) Felipão anunciando antecipadamente sua saída, após decepção no Paulistão;
5) Valdivia sequestrado e pressionado pela família a voltar para o Chile;
6) Henrique sendo expulso por levar um soco gratuito na boca contra o Grêmio;
7) Barcos tendo crise de apendicite, ficando fora dos dois jogos da final após cirurgia;
8) Presidente acusado de agredir conselheiro, tumultuando ainda mais o ambiente;
9) Desconfiança de imprensa e torcida devido às limitações técnicas de "A, B ou C";
10) Valdivia expulso e fora do segundo jogo da final;
11) Henrique com gripe forte e febre alta durante a tarde e a noite de quarta-feira;
12) Green hell, clima hostil, pressão do Coxa, chuva, frio e gramado pesado;
13) Lesões de Thiago Heleno, João Vitor e Luan durante o jogo, com o último sendo mantido em campo até o fim.

Contra tudo e contra todos? Não, não. Na verdade, no dia 11 de julho de 2012 tinha muita gente, de bigode ou não, espalhada por esse mundo todo ignorando cada uma das 13 adversidades acima.

E essa gente cantou e vibrou como nunca, após o gol marcado pelo jogador mais ridicularizado por todas as torcidas, principalmente pela nossa. A cada lance do Coritiba que inacreditavelmente não dava em gol, a certeza de que tinha chegado a nossa vez crescia cada vez mais. Não precisávamos mais esperar o apito do juiz para nos abraçar, pular, gritar e fazer festa. Porque o maior brasileiro de todos os tempos (11 títulos nacionais, cada um com a nomenclatura que você quiser) mostrou mais uma vez que, de fato, é campeão!

Não nos esqueçamos de agradecer ao Bruno. O atleta com mais tempo de clube dentro do grupo agarrou de uma vez por todas a chance que teve com a saída de Deola. Foi decisivo na reta final da Copa e passou segurança para esse miolo de zaga que se superou demais: Thiago Heleno foi chutado dos times por onde passou para se tornar um monstro da posição no Palestra. A boa fase contagiou até os que não vinham tão bem, como Ramos, Román e até mesmo Leandro Amaro.

Falando em contágio positivo: "O Assunção falou que seria o título mais importante da carreira dele. Depois dessas palavras, eu entrei em campo querendo comer a grama". Palavras de Juninho. Esse sim é o lateral vencedor da Bola de Prata 2011 da Revista Placar. Tanto na defesa, quanto no ataque, foi bem demais, não deixando o Rafinha tomar conta do setor. E se Cicinho decaiu de um ano pra cá, não podemos dizer o mesmo da grata surpresa Arthur, zagueiro de origem que fecha a linha de 4 da defesa que ninguém passa.

Henrique, Henrique. Sua técnica privilegiada, comparada aos outros zagueiros, resultou em uma boa sacada do Bigode: botá-lo de primeiro volante. Assim nosso xerife definitivamente fechou o cadeado lá atrás, ostentando a sua fibra com a faixa de capitão na ausência do Assunção.

Mas o maior cobrador de faltas do Brasil não poderia deixar de levantar essa taça. Às vésperas de completar 36 anos, recuperou-se de lesão a tempo, puxou a preleção ao lado do xará São Marcos e comandou a esquadra verde com maestria. Não se limitou a ser kicker e desarmou bem as tentativas do Coxa pelo meio. Em três chances que teve de levantar o meião, enxugar a bola no manto nº 20 e ajeitá-la caprichosamente na marca do spray, deu uma assistência e mandou outra na forquilha. Valeu a garra, o gol, o choro e a taça de campeão.

João Vitor (substituído por Saraújo) e Barril Carvalho completaram o meio-campo encharcado do Couto Pereira. Esse último deu lugar a Luan. "Se algum palmeirense quiser fazer uma estátua, que seja do Luan. Com uma perna, ele correu por 25 minutos e fez o que muita gente não conseguiu na história do Palmeiras. E não me venham dizer que é meu queridinho, porque o Brasil precisa deste tipo de jogador". Eu quero ver quem é que vai discordar do Felipão, a essa altura!

Mazinho, decisivo demais durante a competição, sofreu a falta do lance do gol do título, o sexto gol de toda a carreira do Betinho. Na boa, agora eu nem ligo mais se ele renovar o contrato de risco...

Menções mais do que honrosas também aos que estiveram de fora. Apesar de toda a garra dos 14 que entraram em campo, el Pirata e Valdivia Bigodón fizeram falta no Couto, sim. Daniel é sonolento e Betinho não segura a bola tão bem no ataque. Mas isso é assunto para outro campeonato.

Campeonato em que Luiz Felipe Scolari, pentacampeão mundial, bicampeão da Taça Libertadores da América e o gaúcho carrancudo mais querido da história do Palmeiras vai conseguir alcançar uma classificação, no mínimo, digna. Tirando leite de pedra ou não, ele é O CARA e A CARA desse título. Até outro dia eu nem me dava conta, mas são 29 finais em 30 anos de Bigode. Parabéns, Felipão.


Ainda tem Sula, tem BR-12, mas tem Libertas ano que vem. Tem Nova Arena também! Tudo está voltando para o seu devido lugar, e a Sociedade Esportiva Palmeiras, para o topo do Brasil. Pela enésima vez.

O que voltou também é o orgulho de cada parmerista e de cada palestrina em vestir a camisa e estufar o peito para dizer que torce pelo time de raízes italianas, mas que sabe ser brasileiro. E como sabe.

Mas vai que esse post aparece na tela de algum gringo. Sendo assim, ele se traduz em apenas um verso famoso:

We are the champions, my friend!
por Alex Augusto

Um comentário:

  1. Dio santo questo Palmeiras mi uccide il cuore!
    Excelente Cajobi.. até indiquei na postagem do meu blog.

    http://rafew.blogspot.com.br/2012/07/que-de-fato-e-campeao.html

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